Porque é que Aveiro cheira a mar mesmo longe da praia?

O grande segredo chama-se Ria de Aveiro. Não é um rio, não é mar aberto… é um ecossistema único onde a água salgada do Atlântico entra diariamente através da Barra de Aveiro.

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12/26/20252 min ler

a group of people on a boat
a group of people on a boat

Porque é que Aveiro cheira a mar mesmo longe da praia?

Quem visita Aveiro pela primeira vez costuma dizer uma de duas coisas:
1️⃣ “Parece a Veneza de Portugal!”
2️⃣ “Mas… porque é que aqui cheira a mar se a praia ainda fica longe?”

E não, não é imaginação nem efeito colateral das tripas de Aveiro. A verdade é que Aveiro cheira a mar porque o mar nunca saiu verdadeiramente daqui. Ele entra, contorna, espalha-se e deixa a sua marca — no ar, na água e na história da cidade.

Vamos explicar tudo, sem vento em excesso, mas com boa maré

A Ria de Aveiro: o verdadeiro “perfume” da cidade

O grande segredo chama-se Ria de Aveiro. Não é um rio, não é mar aberto… é um ecossistema único onde a água salgada do Atlântico entra diariamente através da Barra de Aveiro.

Com as marés, essa água percorre quilómetros de canais, sapais e esteiros, chegando até ao coração da cidade. Resultado?
👉 O cheiro a sal, algas e mar acompanha-te mesmo quando estás a passear no centro histórico.

Os canais não são decorativos (e nunca foram)

Hoje são perfeitos para um passeio de moliceiro, mas os canais de Aveiro nasceram por necessidade. Durante séculos, foram verdadeiras estradas de água, ligando o mar, as salinas, os armazéns e o comércio local.

Quando passeias de barco pelo Canal Central ou pelo Canal do Cojo, estás literalmente a navegar por antigos percursos de trabalho marítimo. E onde há água salgada em movimento… há cheiro a mar.

👉 Descobre como funcionam os passeios pelos canais:
🔗 https://www.passeiodemoliceiro.com

As salinas: pequenas fábricas de cheiro a oceano

Outro grande responsável pelo aroma marinho são as Salinas de Aveiro. Durante séculos, o sal foi o “ouro branco” da região e moldou profundamente a paisagem e a economia local.

Mesmo hoje, as salinas ativas continuam a libertar aquele cheiro inconfundível a salmoura, especialmente nos dias quentes ou com vento leve. É um cheiro subtil, mas persistente — e 100% aveirense.

🔗 https://www.salinasaveiro.com
🔗 https://www.visitaveiro.pt/salinas

Moliceiros, algas e tradição

E depois temos o moliceiro. Originalmente usado para apanhar moliço (algas da ria), este barco transportava vegetação aquática rica em nutrientes, usada como fertilizante agrícola.

Algas + água salgada + sol = aroma marítimo garantido

Hoje, o moliceiro é símbolo da cidade, mas continua intimamente ligado à ria. Durante o passeio, não é raro sentir o cheiro característico das algas — especialmente em maré baixa. É Aveiro no seu estado mais puro.

O vento ajuda (e muito)

Aveiro é uma cidade aberta, plana e ventilada. As brisas vindas do Atlântico entram facilmente pelos canais e espalham o cheiro do mar pela cidade.

Mesmo estando a vários quilómetros da praia, o vento faz o favor de lembrar:
👉 “O oceano está aqui ao lado.”

Aliás, praias como a Costa Nova e a Barra estão diretamente ligadas à ria, tanto geográfica como historicamente.

🔗 https://www.visitportugal.com/pt-pt/content/praia-da-barra
🔗 https://www.visitportugal.com/pt-pt/content/costa-nova

Aveiro não cheira a mar… Aveiro é mar

No fundo, a pergunta talvez esteja mal feita. Aveiro não cheira a mar apesar de estar longe da praia. Aveiro cheira a mar porque nasceu do mar, vive com o mar e nunca se separou dele.

Cada passeio de moliceiro é uma viagem por essa ligação invisível mas constante entre cidade, ria e oceano. Um cheiro que não se vê, mas sente-se — e que fica na memória muito depois de o passeio acabar.

E agora que já sabes o porquê… nada melhor do que sentir isso ao vivo, a flutuar tranquilamente pelos canais 🚤🌊

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🔗 https://www.passeiodemoliceiro.com